Quem somos

CIM Organização não governamental, integrada por professoras, pedagoga, profissional da saúde, educadoras popular, biólogas, ativistas e arte educadoras que atuam em eixos interligados de articulação política, produção e divulgação de conhecimentos que dizem respeito à Efetivação dos Direitos da Mulher (civis, políticos, sexuais, reprodutivos, de assitência integral à saúde - PAISM e de erradicação da violência e da discriminação) , do uso e ocupação do solo, da função social da cidade, do meio ambiente, da cultura e arte cidadania, da inclusão digital, do desenvolvimento humano, econômico e sustentável com justiça social, cultura de paz e uma educação não sexista.

15.3.09

Mulher & Política


Mulher & Política

Introdução

A condição feminina no Brasil resume-se a um sistema opressor, violento, capitalista, explorador, etc.

A maioria da população brasileira é composta por mulheres que participam do desenvolvimento econômico do país, sobretudo não da construção política da sociedade. As mulheres geralmente atuam na sociedade de maneira sobrecarregada por sua condição feminina e cultural, ou seja, a dupla jornada de trabalho (trabalham fora do lar, no lar, na educação dos filhos e filhas), conseqüentemente seu tempo gira em torno dos cuidados que englobam serviços públicos como a saúde que atualmente ocupam grande espaço de horas à medida em que são lentos devido a má qualidade. Por conta dessa dependência presenciamos a exploração do trabalho feminino que por sua vez as chefes de família limitam-se a fazer greves, pois a insegurança de perder o trabalho as obriga a aceitar as condições impostas pelas empresas inclusive menores salários. As mulheres têm lutado muito para conquistar alguns direitos e mesmo tendo obtido êxito ainda são discriminadas e violadas.

Voto feminino

Foi conquistado com muito esforço no Brasil em 1932, pois no início dos anos 20 Berta Lutz juntamente com um grupo de mulheres burguesas espalharam panfletos de avião pelo Rio de Janeiro. No final dos anos 60 e nos anos 70 a libertação sexual foi à bandeira das feministas.

Mulher & trabalho

Atualmente a maior tem se qualificado melhor , já que cresceu o número de matrículas das mulheres no ensino médio, superior e de pós. Mesmo qualificadas as mulheres ainda recebem 34% a menos que os homens, desnível salarial, e ainda são estereotipados as profissões femininas. Mesmo representando 41% da população economicamente ativa as demais estão desempregadas, ou no serviço informal, ou trabalham no serviço doméstico onde encontramos 93% nessa categoria, homens 7% e mesmo nessa profissão denominada feminina os homens recebem 21% a mais que as mulheres. As mulheres que realizam o serviço doméstico levam 27 horas lavando, passando, limpando e cuidando dos filhos o que equivale a 13% do PIB.

Neoliberalismo

A reforma da previdência aumenta mais 12 anos o tempo de trabalho necessário a aposentadoria, a mulher que se aposentaria aos 48 anos de trabalho agora irá se aposentar com 60 anos.

A reforma universitária transfere o dinheiro público para as Instituições privadas, ou seja, não há nada de assistência estudantil, como creches para as jovens que ficam grávidas e por isso param a universidade.

A proposta da reforma sindical retira os direitos sindicais, e a reforma trabalhista acaba com os direitos históricos dos trabalhadores como a licença maternidade, o direito de férias, FGTS, etc...

Onde está a mulher nesse quadro? A que mais irá sofrer, pois 57% delas trabalham no setor informal política que irá aumentar esse trabalho com corte de direitos. As novas formas de privatizações irão agravar a realidade da mulher, considerando que a terceirização e os funcionários perdem a garantia da carteira assinada, precarizando suas condições de trabalho.

Exploração da mulher na sociedade capitalista

As mulheres compõem 70% do total de pessoas pobres no mundo (feminilização da pobreza), as creches no Brasil atendem 28% das crianças, dessa forma não tem com quem deixar as crianças e para piorar a situação muitas são aquelas que trabalham o dia todo e só podem estudar a noite a ausência de creches nesse horário dificulta ainda mais. O desemprego atinge 58% a mais das mulheres em relação aos homens.

Violência

A falta de emprego e autonomia econômica faz com que as mulheres vivam a mercê do marido e 85,5% dos casos de violência estão atrelados a essa dependência, pois 70% dos parceiros costumam ingerir bebidas alcoólicas e 11% deles usam drogas. No Brasil 2,3 milhões de mulheres são espancadas por ano, uma a cada 15 segundos, de acordo com a Fundação Perseu Abramo.

Saúde e mulher

Cada vez que seus filhos ficam doentes as mulheres submetem-se as enormes filas nos postos de saúde e quando elas precisam de uma especialidade geralmente esperam meses para serem atendidas em consultas previamente marcadas. Quanto aos abortos clandestinos 1,4 milhões são clandestinos e na maioria das vezes as mulheres morrem nesse sistema de saúde precário.

Condições de trabalho, creche, educação, moradia, alojamentos de emergência em caso de violência são necessários entre outros para a saúde da mulher e de sua família. No Sistema Único de Saúde presenciamos 240 mil internações, 5 mil mortes maternas por ano e 96% poderiam ser evitadas.

Mulher e educação

As meninas deixam a escola entre os 15 e 17 anos, ou seja 56% das meninas não estão na escola no Brasil segundo dados da UNESCO. As principais causas desse afastamento são três: necessidade de trabalhar, gravidez pré-matura não planejada e dificuldades de aprendizagem.

Politização feminina

A politização feminina faz-se necessária na construção de uma sociedade justa, pois precisamos das mulheres que estão nos bairros sentindo na pele a falta de infra-estrutura como a água, o esgoto, a falta de creches, saúde, transporte, outros.


Aspectos importantes a serem discutidos:

1. Salário igual para trabalho igual;

2. Não a precarização e retirada dos direitos trabalhistas;

3. Fim do desemprego e redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais sem redução de salário;

4. Defesa dos direitos públicos e dos direitos sociais das trabalhadoras e trabalhadores;

5. Não as políticas de privatização direta e indireta dos serviços públicos;

6. Investimentos em educação, saúde, creches, previdência, habitação e transporte;

7. Por uma previdência publica, solidária, única e integral para todos e todas e controlada pelos trabalhadores e trabalhadoras;

8. Acesso a educação sexual e métodos contraceptivos;


9. Estatização e controle democrático dos trabalhadores e sem indenização dos bancos e grandes empresas nacionais e internacionais que dominam a economia brasileira, pelo fim da exploração e opressões de gênero, raça e diversidade sexual.

Paula Alves

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